A dor aguda é uma reação saudável do organismo para avisar o corpo sobre
doenças ou lesões nos tecidos e forçar o indivíduo a descansar. Trata-se de uma resposta a um estímulo doloroso que serve como sinal de alerta, desaparece quando este cessa e teve grande importância na evolução das espécies. Entretanto, se ela persistir, após
cumprida sua função, transforma-se na patologia da dor crônica, a qual permanece mesmo com a interrupção do estimulo doloroso e é vista como “sem propósito” (Merskey e Bogduk, 1994).
A dor crônica é um fenômeno cujo conceito vem variando ao longo dos anos.
Atualmente é definida como a dor que persiste além do tempo normal de cura. Como dor não oncológica, três meses é o ponto mais conveniente de divisão entre dor aguda e crônica, mas para fins de investigação, seis meses, muitas vezes, é o preferido. (Merskey e Bogduk, 1994).
A percepção e sensação dolorosa são afetadas por estados subjetivos como o
emocional, o nível de atenção, e experiências passadas.
Portanto, as condições psicológicas da pessoa podem produzir a percepção da dor ou aumentar sua tolerância à estimulação dolorosa e, para compreender a dor humana, é preciso além de identificar a natureza física do agente causador, discriminar os fatores
psicológicos situacionais, que alteram sua percepção, já que é da interação da sensação dolorosa com os aspectos psicológicos do indivíduo e do contexto no qual a dor é experienciada, que resulta a percepção de dor.
Atualmente é consenso que a experiência dolorosa envolve aspectos biológicos,
emocionais e socioculturais e por ser o sintoma de mais difícil tratamento, devido à diferentes etiologias e à respostas individuais que desencadeia, recomenda-se o tratamento interdisciplinar em que os profissionais compartilhem uma visão
biopsicossocial. Este modelo postula que os estímulos dolorosos são universais e que condições psicossociais específicas contribuem para o desenvolvimento e manutenção da dor crônica (IASP,1994).